sábado, 28 de março de 2009

my favorite part of me

A genialidade do corpo humano é inegável e por essa razão é digna de tanta admiração por parte dos mais sensatos - aqueles que não o danificam com furos e pinturas permanentes que representam, muita das vezes, apenas um período passageiro de suas vidas.
Essa admiração é percebida de diversas formas: várias áreas do conhecimento dedicadas apenas a uma das regiões do corpo do ser humano, pinturas feitas pelos maiores nomes da arte mundial e até mesmo uma simples pergunta, "qual a parte do seu corpo que você mais gosta"?
Olhos, pois representam a verdade da alma; boca, por conterem lábios carnudos que remetem ao prazer, e até mesmo o nariz, por ser muito difícil encontrar alguém com essa parte do corpo bonita, são sempre lembrados.
Pura superficialidade, ao meu ver.
Não há como negar que a parte do corpo humano mais importante e querida por todos é o intestino.
As funções mais importantes e prazerosas de todo o corpo são delegadas a ele. Não há melhor sensação que uma defecada tão aguardada após um dia arduo e estressante de trabalho ou estudo.
Os termos técnicos e científicos que dividem as funções do intestino delgado e grosso não importam e nunca vão importar, pois ser estudado não é o seu papel. O intestino, assim como um vinho de duas décadas produzido no norte da Itália, deve ser apreciado. O que importa não é a metalinguagem e sim a sensação que esse consegue produzir.
O intestino acolhe aos povos da mesma maneira. Brancos, pretos, pardos, índios; não importa a raça, o credo, as ideologias. O intestino age da mesma forma com todos. O prazer proporcionado por ele é o mesmo.
O intestino absorve os nutrientes. O intestino retem maior parte da água. O intestino é responsável pela consistência das feses. O intestino nos proporciona o prazer. O intestino é gente como a gente.