sábado, 1 de janeiro de 2011

2011, ano de poder, de poder, de poder...

Me valendo da famosa frase de todo fim de ano de uma rádio evangélica de São luís, me despeço de 2010, ano muito produtivo para mim, e dou boas vindas a 2011, que começou com má digestão e preguiça, mistura perigosa já que a vontade de ficar deitado impede o ato de ir vomitar no banheiro.

Em 2011 quero escrever mais. Quero aparentar ser mais inteligente do que verdadeiramente sou. Quero citar filósofos em minhas conversas sobre terminais de ônibus. Quero aprender a falar francês. Quero conseguir dar umas saculejadinhas com o corpo e a cabeça enquanto escuto MPB. Quero ir a um barzinho lotado de pessoas que assistem a novelas da Globo, e falam mal das da Record, e argumentar sobre problemas na educação. Quero dizer que "sou exigente comigo mesmo". Quero falar sobre ciência pra pegar uma mulher gostosa. Quero que meus textos tenham mais apostos. Quero que meus trabalhos tenham capítulos desnecessários que ninguém, fora um pobre aluno de primeiro período que deseja um dia ser inteligente, lê. Quero mostrar a todos que sou fluente em inglês desde os quinze anos usando estrangeirismos em minhas falas over and over. Quero ter uma foto em frente a livros no lattes do CNPq. Ou melhor, quero ter trabalhos fodas, que impressionam a todos, e ter uma foto segurando um copo de cerveja e um sorriso no rosto meio que dizendo "foi moleza, pô" no lattes. Quero ouvir mais Chico Buarque. Quero conseguir terminar de ler "Leite derramado" só pra poder dizer que ele é bom compositor, mas como escritor prefiro a Bruna Surfistinha. Quero reler "O doce veneno do escorpião". Quero ir mais ao cinema. Quero ser fã de cinema europeu. Quero falar mal do cinema americano. Quero falar mal dos Estados Unidos como um todo, mas ficar com inveja de todo mundo que consegue "vencer na vida" e ir pra lá. Quero ter acesso a algum cigarro que não tenha nicotina ou qualquer outra substância tóxica, mas que ninguém fique sabendo disso, só para eu poder sentar em um banquinho, cruzar as pernas e ler um livro enquanto fumo. Quero convencer alguém sobre o lirismo nos escritos de Cumpadre Washington. Quero participar de um Ménagre à trois só pra poder dizer que "threesome is overrated". Quero, verdadeiramente, achar algo interessante na conversa do cara que conta que bebeu muito ontem. Quero usar menos advérbios de intensidade. Quero que meus comentários sobre o tempo não sejam retóricos. Quero me referir à presidente como presidentA, só pra causar desconforto nos que acham que estou errado e me sentir mais parte do povo. Quero que minhas habilidade culinárias ultrapassem o Nescau com misto. Quero falar "que barbarie!" depois de ver uma notícia na TV. Quero ver Casablanca e gostar muito, só pra poder dizer que é meu filme favorito. Quero sentir menos vergonha alheia.

Quero que meus textos tenham um final imprevisível e aberto a múltiplas interpretações.

Quero que nem tudo o que eu diga seja levado a sério.
Quero que nem tudo o que eu diga seja visto como brincadeira.





Quero não estragar meus finais pseudocult.
Ah! Quero um iPad também.
Feliz 2011.