quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

literatura popular

Confesso que não sou muito chegado a contos populares, lendas e os cambal. Nada contra. Só que essas histórias de "bola de fogo que correu atrás de fulano", "bixo que apareceu voando pra cicrano" e "ex-loura do tchan que virou crente, se arrependeu e agora quer dançar com crianças" não colam muito comigo.
Quer dizer, não colaVAM, porque depois de relatar essa história que eu ouvi do cara que tá trabalhando na reforma do CCH da UFMA, não só eu como qualquer outra pessoa que seja normal vai passar a admirar essa beleza de expressão popular. A história é a seguinte:

"Seu Fulano era casado e vivia muito bem com dona Fulana. Nada de mais, afinal de contas trata-se de um 'Seu' e uma 'Dona' e, a não ser que eles fossem parentes da Susana Vieira, isso é sinônimo de serenidade e monotonia.
Entretanto, seu fulano um dia conheceu uma mulher no local onde ele trabalhava. [o cara não me disse q local era esse, mas tô quase pra ir lá perguntar. eu chuto quitanda...] Disq a mulher era bonita e seu fulano tentou "ganhar a moça". Só que nada. A mulher era difícil e, ao mesmo tempo que dava esperança pra seu fulano, nunca deixou que ele tocasse em um fio de cabelo. Seu fulano, foi, a cada dia, se encantando mais pela tal moça."

A essa hora eu já tinha certeza que essa tal "moça" era um travesti, um dos maiores perigos dos tempos modernos. Por que, né?! Ronaldo que o diga. Só que calma. Disse isso pra ver se acertava, mas o mano mandou eu me "assossegar" que eu ia ouvir o fim da história.

"Sim. Ele tava lá se apaixonando e tal. Até que um dia a tal mulher disse que o que ele queria fazer nunca aconteceria enquanto ele ainda fosse casado."

Ó, por isso é que eu acho que era uma quitanda. Que diabo de local de trabalho é esse que a mulher conversa tanto e com tal frequência? Só pode ser uma quintanda! Os momentos que antecedem o troco são muito propícios.

"Seu Fulano [que provavelmente já num tava muito bem com dona Fulana] decidiu que já era hora de acabar com aquilo. E terminou."

Mano, essa Dona Fulana devia ser uma velha feia e chata do cacete, viu?! Sim, pq uma coisa é terminar um casamento por uma nova mulher. Outra, e totalmente diferente, é terminar um casamento por causa da POSSIBILIDADE de uma nova mulher.
Bom, a partir de agora não vou mais interferir nessa maravilha de narrativa contada pelo mano que concerta o prédio pq as reviravoltas da trama precisam de atenção.

"Seu Fulano, já separado, tava doido pra contar a novidade pra tal mulher. Só que ele não esperava o que estava por vir. Seu fulano descobriu que a mulher era sapatão. Isso mesmo, sapatão! Já não bastasse o fato de a mulher gostar da mesma fruta que seu Fulano, o pobre quitandeiro descobre que a ex-mulher tava de caso com a tal sapata!
O cara ficou puto e matou as duas!"

Fim.

Pera! Lógico que eu perguntei o que aconteceu depois. O mano que trabalha na reforma, meio q já se levantando pra ir levar o balde d'água que tava enchendo enquanto contava tudo disse que o caboco virou veado.

"HAHAHHAHAHAHAHAHAH! Lógico que é mentira isso dai" - eu disse. E foi depois disso que ouvi uma frase que com certeza se eternizará na Literatura Oral Maranhense:

"Não acredita? Pode perguntar no interior! Todo mundo conhece a história do veado que perdeu a mulher pra sapatão que ele tava tentando comer!"
Cara da Reforma do CCH

Agora sim, FIM!