sábado, 7 de agosto de 2010

Parabéns pra mim

Hoje é o meu aniversário. Há exatos 20 anos atrás chegava ao mundo EU, quase morto por conta de complicações no parto, mas, em compensação, bem mais bonito que o meu irmão mais velho, coisa que, no fim das contas, é o que realmente importa em uma criança. Bebê feio não tem graça.
Nunca fui muito entusiasmado com festas de aniversário. Quando criança, esperava mudanças físicas em mim causadas pelo simbolismo da data, e, quando elas não vinham, me decepcionava. Outro problema era o fato de nunca ter sido muito fã de bolo. Esperar, portanto, o ano todo para comer algo de que eu nem fazia lá tanta questão, definitivamente, me desanimava.
Outro ponto negativo são os telefonemas. Eu juro que prefiro um e-mail com as felicitações do que uma ligação. Realmente fico sem jeito com as pessoas me desejando “felicidades, paz, amor, saúde e tudo de bom” e ter que responder, com o nível de constrangimento muito elevado de que me é natural, “obrigado”.
Não é que eu sinta raiva dos telefonemas, só fico um pouco constrangido.
Pior que isso só “felicitações olho a olho”. Saca aquelas pessoas que, depois de te dar um abraço, te olha no olho e, quase emocionados, começam a dizer “que nosso aniversário é uma data especial porque é a celebração da vida”? Porra. Se existe um momento bom de morrer é esse.
Uma festa de aniversário perfeita para mim seria: um dia que não fizesse muito calor, poucas pessoas me ligando (só as de sempre: vó, tia, tio. E nada de amigas de infância da minha mãe de quem eu não me lembro!), pouco barulho, um monte de séries e bons filmes para se assistir durante o dia, alguma comida salgada à noite para comer junto com alguns amigos e as pessoas mais próximas da família.
Quer me ver triste no meu aniversário? Me dá uma festa de aniversário que tenha música. PORRA! Porque se a festa tem música, tem muita gente. Se tem muita gente, tem muita conversa alta por causa da música que não deixa ninguém escutar nada. Muito barulho faz as crianças quererem correr descalças, que as fazem cair, chorar, os pais brigarem, mais barulho, suor, fedor, que tudo junto me faz ser infeliz.
Mesmo assim, acho que consigo sobreviver a tudo isso. A única coisa de que realmente não conseguiria me recuperar é de uma MENSAGEM AO VIVO. DEUS tá de prova que, se um dia alguém fizer isso comigo, vou partir pra AGRESSÃO FÍSICA. Sério. Desejaria a INFELICIDADE pra pessoa e para todas os membros da família desse ser DESGRAÇADO.
Esse texto pode fazer com que alguém pense que eu sou triste. Mas não isso. Eu sou até ALEGRÃO, cara. Só demonstro felicidade de uma forma, digamos, menos barulhenta. Eu sou feliz, juro. Olha, botei até um balão aqui: